Me empresta, por favor?
Me empresta, por favor?
– Eu quero voltar lá de novo Roberto! Diz Sylvia animadamente ao marido no volante do carro. Como era longo e tortuoso o caminho de volta para casa. E Roberto bem se lembrava de uma conversa banal no escritório, dias atrás. Um amigo do trabalho, um pouco mais velho que ele, vinha com essa conversa: - O pior do casamento Roberto meu amigo, é a crise dos sete anos! Roberto nem deu bola para esse tipo de conversa na hora. Mas no fundo não podei deixar de pensar em seu relacionamento com Sylvia sua mulher e, como as coisas estavam frias de uns tempos para cá. Aquele fogo todo, tão comum no início do namoro e do casamento, era definitivamente coisa do passado. E uma série de desculpas sem fim, parecia permear sua relação com Sylvia. Desculpas de ambos os lados, que os dois toleravam por puro comodismo apenas. Um certo dia, ao voltar do trabalho para casa, vem Sylvia com uma conversa estranha, sobre um tal Hell–fire Club. Segundo ela, era um clube para ‘’casais modernos’’. Nem adiantou Roberto perguntar, aonde ela encontrou esse tal ‘’clube para casais modernos’’.
***
Na mesa ao lado, Roberto reconhece a figura senda com uma mulher à tira colo, só não sabia de onde. Era um senhor calvo e de meia idade. E a mulher que lhe fazia ‘’companhia’’ estava vestida com roupas provocantes e, lhe davam a aparência de uma prostituta barata. Uma segunda olhada, e Roberto reconhece o ‘’senhor’’, era um candidato a vereador na última eleição, bem votado por sinal, mas não conseguiu se eleger. Roberto viu quando o senhor ‘’esticou’’ quatro carreiras de um pó branco na mesa. Até que um segurança apareceu e, pôs o senhor e sua ‘’companheira’’ para fora do recinto, de forma bem discreta por sinal. – Me empresta, por favor? – Emprestar o que meu amigo? – A tua mulher hora! A pergunta trousse Roberto de volta para a realidade. Era um homem jovem, alto, tez morena e muito bem vestido. E o jovem estava de pé ao lado de Sylvia, Sylvia estava sentada ao lado de Roberto. Ele não notou, mas Sylvia devorava o jovem desconhecido com os olhos. A mulher de Roberto, nem esperou a resposta do marido e, estendeu a mão para o ‘’jovem desconhecido’’. Mas rápido ainda, uma outra mulher toma o lugar de Sylvia, uma mulher jovem loura e esguia. Ao sentar a loura passa as mãos no meio das pernas de Roberto e, com a língua banha a orelha de Roberto. E mais que de repente um arrepio passa a corre lhe pela espinha dorsal. Mas Roberto não tira os olhos e a mente de Sylvia e do ‘’ilustre’’ desconhecido que se beijão e se abraçam a poucos centímetros dele de sua mais nova companhia. Samuel C. costa é cronista em Itajaí SC
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